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Izadora Pedruzzi

Crônica - Encantos


Experimento um misto de sentimentos quando o tenho em mãos. Angústia, ansiedade, animação, euforia, medo, tristeza, alegria, paixão... Ele me tira do sério, me faz enlouquecer!

Quando nossos momentos juntos se aproximam do fim, vivo uma enxurrada de emoções ainda mais intensa, sentindo a saudade por antecipação, mas ansiando desesperadamente o término. Contraditório, não é? E isso me encanta.

Minhas mãos ficam febris e trêmulas, toco-o com cuidado, como se pudesse despedaça-lo a qualquer instante. Desbravo com olhos ávidos e sedentos cada uma de suas linhas e, franzindo o cenho, tento desvendar os mistérios escondidos nas entrelinhas que somente um bom observador é capaz de captar. E eu luto para ser essa boa observadora, demorando mais que o necessário, me apegando a cada segundo junto dele.

Quando dou por mim, porém, lágrimas me escorrem pela face e embaçam minha visão. Obrigam-me a me afastar e respirar fundo uma, duas, três vezes... Está terminando. Mesmo que quisesse isso, sei que poderia ter feito durar mais! Não precisava acabar tão rápido, eu...

Antes que formule a última frase, o último pensamento, acabou. Emocionada, encantada, ensandecida, viro a última página e fecho o livro.

Simples assim. Fim.

Mas tudo recomeça quando, despretensiosamente, folheio uma nova obra.

Experimento um misto de sentimentos quando a tenho em mãos. E aí, eu sei, um novo amor vai começar...

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