Crônica - Tempo
“17... 17 anos... 17...” Repeti seguidas vezes em voz alta a fim de fazer-me entender. “17 anos de idade...”
Meu Deus, como pode o tempo passar dessa forma? É como um sopro rápido e imperceptível, que surge tão logo quanto se esvai.
“17 anos...” Sussurrei novamente.
Meu Deus, parece que foi ontem que tinha apenas 10 anos de idade e, de forma ensandecida, corria e dançava por aí.
“17...” Pela milésima vez, murmurei.
Meu Deus, como pode o tempo passar desta forma, sem me avisar?
Precisava parar, respirar, observar e só então pensar.
“Fique tranquila...” Falei a mim mesma. “17 nem é tanto tempo assim...”
Então eu pisquei, e aí: “20... 20 anos... 20 anos de idade... Queria ter 17 outra vez...”